Inserir a história e cultura afro-brasileira
através da arte da capoeira no processo educacional. Esse é o objetivo do
projeto de extensão “Capoeira na Praça” desenvolvido no IFMA Campus Araioses
sob a coordenação do professor de língua portuguesa, Francílio Trindade.
O projeto atende a um público heterogêneo formado
por crianças, adolescentes e adultos da comunidade, através de aulas práticas
da capoeira na Praça do Viva de Araioses. Ele conta, ainda, com aulas teóricas
através da música cantada e orquestrada ao som de berimbau, atabaque, pandeiro
e agogô. Também há leitura de livros com os fundamentos, princípios e filosofia
dessa expressão cultural que abrange as artes da luta marcial, da música, do
artesanato e da poesia.
Na semana passada (11/10), alunos integrantes do
projeto realizaram a apresentação da roda de capoeira nas unidades escolares
Humberto de Campos e Tudes José Cardoso, quando os educandos também tocaram os
instrumentos, colocando em prática o aprendizado obtido no projeto.
Para Francílio Trindade, a capoeira representa uma
memória viva e dinâmica da reconstrução da memória afro-brasileira. “A arte da
capoeira é patrimônio imaterial do Brasil e patrimônio da humanidade e
deveria ser inserida no currículo como componente curricular”, afirmou o professor.
“A capoeira é uma das maiores responsáveis pela divulgação da língua portuguesa
no mundo e tem grande relevância por sua identidade afro-brasileira e pela
integração das várias manifestações artísticas como a música, a poesia e a
dança”, sintetizou.
A inserção da cultura afro-brasileira no currículo
escolar é prevista na lei 10.639/2003 e integra as políticas afirmativas,
instrumentalizando o combate à discriminação racial. “A cultura afro-brasileira
e africana no currículo escolar é pertinente, pois a escola é um local de
formação de cidadãos e a extensão dela possibilita uma apreensão e valorização
das matrizes culturais que fazem o nosso país multicultural e diverso”, avalia
Francílio Trindade.
Para o coordenador do projeto, a capoeira tem muito
a contribuir não só para a formação atlética, corpórea, mas também para a
formação e reconstrução da identidade afro-brasileira. “Essa arte é uma grande
divulgadora da nossa língua portuguesa e da nossa cultura no mundo”, disse.
“Atrai povos de 160 países todos continentes para sua prática e para o
entendimento de nossa cultura brasileira”, complementou. “Através de sua
prática, da rica literatura, conseguimos ensinar a nossa língua, o nosso
dialeto a vários povos dos cinco continentes através do jogo e da poesia
musical e toda sua riqueza estética e pancultural”, prosseguiu. “Portanto,
faz-se necessário desenvolver essa ação de extensão que também atende à
legislação e essa arte pode ser incluída também na escola formal, para que haja
uma formação identitária afro-brasileira”, finalizou.
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