Como
lidar com isso? Não se trata de omitir a realidade nem afastar as crianças do
noticiário. Embora estes períodos sejam difíceis, representam uma oportunidade
para educar a respeito das atitudes diante da vida.
Em
primeiro lugar, é preciso dialogar sobre superação. Comparações com os esportes
ou com a vida escolar podem ajudar. Explicar às crianças que, quando um time
está mal, é necessário que os jogadores fiquem unidos, coloquem mais garra nas
disputas, tirem forças para dar a volta por cima. Da mesma forma nas matérias
da escola: quando as notas estão baixas, é preciso se esforçar mais.
Outro
aspecto importante é dar o exemplo. Mesmo que as soluções não dependam
diretamente das pessoas, numa crise não se deve ficar parado. Há que trabalhar
com mais qualidade, estudar coisas novas e ajudar os parentes e amigos que
passam dificuldades. Se os pais agirem assim, estarão ensinando os filhos a
encarar com mais força os desafios de outros momentos da vida.
É
a chance, ainda, para reforçar a educação financeira das crianças,
envolvendo-as no esforço da família. Explicar por que é importante reduzir
gastos e como fazer isso. Fazer um planejamento para administrar os recursos de
forma racional, desde a mesada, até a energia ou a água. Mostrar as vantagens
de poupar nos tempos favoráveis, para não passar tanto aperto depois.
Por
fim, é a hora de investir na educação política. Por que uma nação rica passa
por situações adversas? No contexto da globalização, por que o que acontece em
outros países nos afeta? Como ajudar a movimentar a economia sem cair no
consumismo exagerado? Por que distribuir a renda favorece, em médio prazo, o
crescimento do país? Discussões como essas estimulam o pensamento crítico e
provocam a criança a pensar “fora da caixa”.
Por
maiores que sejam os problemas da família, há que procurar reduzir a ansiedade
das crianças, para que isso não afete sua estabilidade emocional ou mesmo o
desempenho escolar. Elas devem aprender que fases ruins não só não duram para
sempre, como também podem trazer novas e inesperadas oportunidades.
G1 Educação
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