A
extensão da MA-315, conexão entre os municípios de Paulino Neves e
Barreirinhas, garante, na primeira fase, o início de um empreendimento inédito
no Maranhão: a instalação do primeiro parque eólico do estado. Com capacidade
inicial de 220 megawatts, a instalação do parque eólico no município de Paulino
Neves traz benefícios em cadeia à comunidade que habita no entorno. Do
fornecimento de energia aos royalties distribuídos aos moradores, a energia dos
novos moinhos trará bons ventos a centenas de maranhenses, mudando a realidade
da região. As obras de terraplanagem da rodovia já foram concluídas.
Investimentos
nas potencialidades do estado são uma das estratégias do governador Flávio Dino
para trazer bons resultados ao Maranhão. “Vivemos um modelo de governância
amplo, aberto e com parcerias eficazes. Este é mais um importante passo para
criar um ambiente favorável ao empreendedorismo no Maranhão. Hoje há uma
relação de maior qualidade entre o poder público e os investidores privados no
Maranhão”, disse Flávio Dino.
Projeto
resgatado pela Ômega Engenharia, inicialmente concebido pela empresa Bioenergy,
o parque eólico de Paulino Neves tem orçamento previsto de R$ 1 milhão. A
proposta inovadora do Governo do Maranhão abrange uma contrapartida social, que
alcança os moradores da região, os proprietários das terras onde a usina se
instalará. A legislação nacional específica de regulamentação da energia eólica
ainda está em discussão.
“Com
esse projeto, acrescentamos uma de nossas soluções para o cumprimento do
projeto do governador Flávio Dino, para elevar a qualidade de vida dessas
populações”, disse a secretária Crisálida Fonseca ao explicar que para o
Governo do Maranhão não importa apenas o desenvolvimento econômico, mas é
fundamental que haja também desenvolvimento social.
“O
que fizemos de aproveitamento para a região é que, diferentemente de outros
estados, como o Rio Grande do Norte, onde não há nenhuma compensação para o
estado com a energia produzida, é que aqui haverá royalties, que vão ser
pulverizados para as famílias titulares das terras. A empresa deve instalar a
usina e pagar o terreno onde vai colocar a torre a cada um dos proprietários”,
explicou o secretário adjunto de Estado de Minas e Energia, Raimundo Fraga.
“Esta
é uma forma de ter uma fonte de renda naquela área, uma das áreas do Maranhão
sem oportunidades, sem grandes empregos. Tem como vocação o turismo, mas também
tem uma grande vocação para geração de energia. Vai dar um ganho extra para que
ele eduque melhor a família, alimente melhor a família, tenha essa fonte de
renda extra”, completou. Por meio do Instituto de Colonização e Terras do Maranhão
(Iterma), o Governo do Maranhão já havia cedido o direito de propriedade, o
título de terras aos moradores da área.
A
via abrirá um leque de novas oportunidades aos moradores da região. Além do
desenvolvimento global da área, haverá geração de emprego e renda a partir da
aplicação da mão de obra local nas obras de construção e pavimentação da
rodovia e de outros equipamentos de fomento ao turismo local. O dinheiro que
passará a circular na região, com a instalação do parque eólico, promete
aquecer o mercado local. De acordo com Fraga, o ciclo de desenvolvimento deve
fomentar a criação, inclusive, de estabelecimentos comerciais, como mercearias,
farmácias e pequenos empreendimentos.
Potencial
energético
O
desenvolvimento de mais uma vocação regional fortalece o Maranhão e abre novos
horizontes de evolução econômica para a região dos Lençóis Maranhenses,
colocando-a no contexto geográfico de matrizes energéticas renováveis. “No
Brasil, temos algumas regiões de alto potencial, na região Nordeste, há um dos
maiores potenciais do mundo. Aqui no Maranhão, nós dispomos de ventos
favoráveis vindos da costa africana para a brasileira e que na maior parte do
tempo são unidirecionais. As caravelas de Cabral utilizaram esses ventos para
se transportar da costa da África para cá e nós vamos usá-lo para produzir
energia”, exclamou Fraga.
Ao
todo, o potencial produtivo da região é de quatro gigawatts, englobando os
municípios de Araioses, Água Doce do Maranhão, Paulino Neves, Barreirinhas,
Primeira Cruz e Santo Amaro. A energia seria capaz de abastecer quatro estados
com a dimensão do Maranhão.
A
produção inicial da Ômega será de 220 megawatts, com possibilidade de expansão.
O contrato firmado com o governo federal garante o início do fornecimento de
energia regularmente a partir do segundo semestre de 2017. A energia vinda do
complexo instalado no Maranhão abastecerá especialmente a região Sul do país,
tendo em vista que o Maranhão já produz mais energia do que consome atualmente.
Sustentabilidade
Para
o secretário adjunto de Obras Rodoviárias da Secretaria de Estado de
Infraestrutura, Samuel Gonçalves, a usina representa um avanço significativo
para o estado. “A possibilidade de implantação do parque eólico é interessante
para o estado, porque é uma energia limpa, da qual hoje todos estão indo atrás,
uma tecnologia totalmente limpa e não agressiva ao meio ambiente e ao
ecossistema. Um grande ganho ao nosso estado”, comentou.
O
estudo de viabilidade do empreendimento contou com o atendimento de uma série
de pré-requisitos de ordem ambiental, dentre os quais, a apresentação de
Licença Ambiental, de Plano de Controle Ambiental e de pesquisas a Empresa
Brasileira de Pesquisa Energética. Segundo a Secretaria Estadual de Minas e
Energia, os requisitos de sustentabilidade garantem margem de segurança contra
impactos ambientais.
Mais
oportunidades
A
instalação do parque eólico garante uma linha de transmissão de energia, que
representa 40% do orçamento do projeto. A linha de transmissão conta com torres
– onde serão fixados cabos de transmissão – implantadas em uma rota que sai de
Paulino Neves e vai até Miranda do Norte. A viabilização da linha de
transmissão abrirá, ao todo, outras mil vagas de emprego temporário aos
municípios da região do Parque dos Lençóis, Paulino Neves e Araioses.
Já
as torres que sustentam as turbinas de geração de energia eólica possuem 100
metros de extensão, além de 30 metros de fundação; cada pá que compõe as
turbinas, 60 metros de raio. As turbinas serão instaladas próximas à orla da
praia, em área semelhante ao semiárido.
O Imparcial
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