segunda-feira, 2 de maio de 2016

Jovens preferem próprio negócio à carteira assinada

Jovem

Pesquisa realizada pelo Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil) e pela Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL) mostra que 6 em cada 10 (57,7%) empreendedores com idade entre 18 e 34 anos não aceitariam trocar a atividade que desempenham em suas empresas por um emprego formal que pagasse um salário compatível com o mercado, somado aos demais benefícios previstos pela CLT.

Outros 23% dos entrevistados até aceitariam a proposta, mas tentariam conciliar o novo emprego com a sua empresa e apenas 3,7% concordariam em abandonar a vida de empresário para virar um trabalhador assalariado. O estudo do SPC revela que conciliar a função de empresário com outras atividades profissionais é uma prática adotada pela minoria dos jovens empreendedores, o que demonstra um interesse focado no desenvolvimento de suas empresas.

Segundo o levantamento, 81,1% não têm trabalho paralelo, 8,9% têm um emprego formal e 5,4% trabalham de modo informal para outra empresa.

Por tratar-se de um universo essencialmente jovem, a maior parte dos negócios ainda estão nos primeiros anos de vida: 21% atuam no mercado entre seis meses e um ano, enquanto 42,4% estão na ativa por um período que varia entre um e três anos.

Para a economista-chefe do SPC Brasil, Marcela Kawauti, a crise impacta a abertura de novas empresas em duas direções. “A proporção de empreendedores jovens com empresas montadas recentemente é expressiva. Essa realidade guarda relação com o que acontece no mercado de trabalho. Se, por um lado, a crise afeta a confiança dos consumidores e investidores, por outro ela fecha portas de empregos e com isso faz as pessoas buscarem alternativas de trabalho”, diz.

Autonomia e independência

Para 15,7% dos entrevistados, ser empreendedor é sinônimo de não ter patrão; para 13,2%, é ter o seu próprio negócio, mas ter de pagar impostos; para 6,7%, é ter independência financeira; para 4,7%, é ser guerreiro e se superar diante das dificuldades; e para 4,3%, é contribuir para o crescimento do país a partir da geração de empregos.

Informalidade

A maioria absoluta (95,3%) dos jovens empreendedores possui microempresas, pois atuam com até nove funcionários e mais de metade (55,7%) fatura até R$ 60 mil por ano. Quanto ao regime de tributação adotado pelos jovens empreendedores, a pesquisa revela que 53,5% são optantes do Simples, mas um número expressivo de 26,8% dos entrevistados admite atuar na informalidade, sobretudo as mulheres (30,8%) e os que possuem no máximo o ensino médio (32,9%).

O Imparcial

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