Pesquisa realizada pelo Serviço de Proteção
ao Crédito (SPC Brasil) e pela Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas
(CNDL) mostra que 6 em cada 10 (57,7%) empreendedores com idade entre 18 e 34
anos não aceitariam trocar a atividade que desempenham em suas empresas por um
emprego formal que pagasse um salário compatível com o mercado, somado aos
demais benefícios previstos pela CLT.
Outros 23% dos entrevistados até aceitariam a
proposta, mas tentariam conciliar o novo emprego com a sua empresa e apenas
3,7% concordariam em abandonar a vida de empresário para virar um trabalhador
assalariado. O estudo do SPC revela que conciliar a função de empresário com
outras atividades profissionais é uma prática adotada pela minoria dos jovens
empreendedores, o que demonstra um interesse focado no desenvolvimento de suas
empresas.
Segundo o levantamento, 81,1% não têm
trabalho paralelo, 8,9% têm um emprego formal e 5,4% trabalham de modo informal
para outra empresa.
Por tratar-se de um universo essencialmente
jovem, a maior parte dos negócios ainda estão nos primeiros anos de vida: 21%
atuam no mercado entre seis meses e um ano, enquanto 42,4% estão na ativa por
um período que varia entre um e três anos.
Para a economista-chefe do SPC Brasil,
Marcela Kawauti, a crise impacta a abertura de novas empresas em duas direções.
“A proporção de empreendedores jovens com empresas montadas recentemente é
expressiva. Essa realidade guarda relação com o que acontece no mercado de
trabalho. Se, por um lado, a crise afeta a confiança dos consumidores e
investidores, por outro ela fecha portas de empregos e com isso faz as pessoas
buscarem alternativas de trabalho”, diz.
Autonomia e independência
Para 15,7% dos entrevistados, ser
empreendedor é sinônimo de não ter patrão; para 13,2%, é ter o seu próprio
negócio, mas ter de pagar impostos; para 6,7%, é ter independência financeira;
para 4,7%, é ser guerreiro e se superar diante das dificuldades; e para 4,3%, é
contribuir para o crescimento do país a partir da geração de empregos.
Informalidade
A maioria absoluta (95,3%) dos jovens
empreendedores possui microempresas, pois atuam com até nove funcionários e
mais de metade (55,7%) fatura até R$ 60 mil por ano. Quanto ao regime de
tributação adotado pelos jovens empreendedores, a pesquisa revela que 53,5% são
optantes do Simples, mas um número expressivo de 26,8% dos entrevistados admite
atuar na informalidade, sobretudo as mulheres (30,8%) e os que possuem no
máximo o ensino médio (32,9%).
O
Imparcial
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