Projeto dos Hospitais Regionais pretende descentralizar os serviços de saúde do Maranhão. Fotos: Francisco Campos/SES |
O
Governo do Maranhão deverá inaugurar, este ano, novos hospitais em Santa Inês,
Bacabal e Imperatriz. O anúncio foi feito pelo secretário de Estado de Saúde,
Carlos Lula, durante entrevista a uma emissora de televisão de São Luís, na
terça-feira (3). A medida faz parte de um projeto amplo de redimensionamento da
saúde determinado pelo governador Flávio Dino, de forma a garantir serviços
mais eficientes à população.
De
acordo com o secretário Carlos Lula, o desafio é viabilizar novos serviços sem
incrementos que causem grande impacto ao orçamento. Ele explicou que o aumento
da transparência e controle no Governo do Estado contribuirão para que os
resultados positivos continuem sendo alcançados. A Empresa Maranhense de
Serviços Hospitalares (Emserh)
foi destacada como importante nesse processo de reorganização de custos,
principalmente após a empresa assumir a administração de 27 unidades de saúde
do Estado.
“Estamos
fazendo uma inversão. Houve um modelo de administração que foi tentado por
governos anteriores e que ficou comprovado que não dá certo, que é a
privatização da administração da saúde. Antes, a SES repassava o dinheiro e
fiscaliza o que as Organizações Sociais faziam e não cuidava da saúde
propriamente. Esse caminho se revelou nefasto, pois não teve o resultado
esperado na melhoria das condições de saúde da população, além de ter se
mostrado excessivamente caro”, explicou o secretário Carlos Lula.
Somente
com os três primeiros meses em que a Emserh incorporou a administração das
unidades houve uma economia de R$ 10 milhões por mês. O secretário esclareceu
que a partir dessa diferença, entre o que se gastava e o que se gasta hoje, é
possível oferecer melhores serviços na área da saúde aos maranhenses. Além
disso, agora, os dados da Secretaria de Estado da Saúde (SES) estão abertos de forma clara e
pública para a população.
Segundo
o secretário, medidas que aumentem a economia dos custos existentes são
importantes para o andamento dos demais projetos na área da saúde. “Gastamos
hoje R$ 92 milhões por mês apenas com nossos hospitais. Precisamos economizar
20% dessa quantia para viabilizar os projetos que temos em andamento”,
informou. Ele detalhou que por mês a SES recebe da União R$ 16 milhões e o restante
dos recursos são do Tesouro Estadual, que faz um aporte de mais de R$ 80
milhões. “Essa é uma conta que não fecha e, dessa forma, esse modelo não se
sustenta. Por isso, precisamos racionalizar os recursos”, disse.
Ele
também destacou, nesse novo modelo que tem sido adotado pela gestão estadual, a
quitação de dívidas do Governo do Estado, que era comum em governos anteriores
existirem passivos comprometendo os serviços. “Na semana passada quitamos todo
o débito com a Farmácia Básica e o Samu. Acreditamos que com isso iremos voltar
a ter uma parceria melhor com os municípios, bem como vem acontecendo em nossa
capital”, declarou.
Durante
a entrevista, o secretário Carlos Lula também falou sobre as unidades de 20
leitos, herdados do governo anterior e que por terem sido projetadas com essa
quantidade de leitos não recebem destinação de recursos do Governo Federal,
sendo extremamente onerosos para os municípios. “Precisamos repensar o perfil
deles. Eles podem existir e ser úteis para a sociedade, mas precisa haver uma
mudança de perfil. Não faz sentido, por exemplo, ter um Centro Cirúrgico em um
hospital de 20 leitos porque o município não terá suporte para a manutenção”,
explicou.
O
secretário informou que o modelo de unidades de 20 leitos pode servir como ambulatório
e essas localidades podem ter os Hospitais Regionais para referenciá-las. “Essa
é a grande mudança de política de saúde. A nossa ideia é inaugurar grandes
unidades hospitalares que sejam resolutivas, como as recém-inauguradas em
Pinheiro e Caxias. O paciente se estabiliza na unidade de 20 leitos e vai para
onde pode ter suporte avançado. Temos que pensar a saúde de maneira regional e
não individualizada. Podemos dar a cada uma delas uma referência e, assim, eles
podem funcionar”, pontuou o secretário Carlos Lula.
Governo do Maranhão
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