Povoado Grosso, quinta-feira, 17 do corrente. A convite de uma amiga fui naquele povoado – de gente querida e trabalhadora – fazer umas imagens (fotos e vídeos) do que resta do Rio Magu, – um paraíso de águas cristalinas naquela região – que infeliz mente tem sido abandonado pelos gestores araiosenses nos últimos anos.
Ainda cedo da manhã embarcamos em uma canoa movida a remo e iniciamos uma exploração, onde hora navegávamos em pequenos canais que dão acesso a portos dos moradores que vivem as margens no que ainda resta do Rio Magu, propriamente dito.
Perdidos dentro dos matos os buritizais não estão sendo aproveitados
Em muitos trechos desse percurso que se estendeu por portos nos povoados Angico Branco e Salgadinho, município de Água Doce do Maranhão, tivemos de nos mover por dentro de matos até encontrar “trilhas” com águas navegáveis.
O que vi é de cortar o coração. O Rio Magu, que já teve um passado de grande importância na economia araiosense, foi esquecido ao longo dos anos por gestores que nunca deram a minha atenção para a Natureza e para o meio ambiente até ficar nas condições de total abandono.
Uma das passagens do Magu interrompida, daí em diante a água se infiltra na vegetação e sai na frete, dando continuidade ao rio
Para ser ter uma ideia do porto de onde embarquei no povoado Grosso, em tempos passados, seu Mazinho fazia uma linha com sua lancha, que ia de lá até o Porto dos Tatus, na Ilha Grande de Santa Isabel/PI. Hoje, nem em canoa pequena esse percurso pode mais ser feito, porque em várias localidades o Rio Magu é interrompido pelo mato, sendo que suas águas nesses locais se “infiltram” nessa vegetação para sair mais na frente.
O Rio Magu inicia no munícipio de Santana do Maranhã e desagua no Rio Santa Rosa, em João Peres, Araioses. Em toda a sua extensão tanto de um lado como de outro, ele é propício para a produção de alimentos da lavoura e hortifrutigranjeiros, como também para piscicultura.
Nos portos onde pessoas dão banho em animais, lavam roupas e cuidas de pequenos canteiros de hortaliças
Também é possuidor de milhares de pés de buriti, que perdidos no meio do mato, a produção de seu fruto que serve para fazer doces e sucos não são aproveitados. Importa também dizer que a sua madeira, suas palhas e suas fibras tem enorme utilidade não só na cobertura de casas como na produção de artesanato.
É uma região riquíssima, bem ao contrário da visão míope dos admiradores de Araioses, que só se preocuparam em manipular os recursos constitucionais que caem nas contas da prefeitura em vários dias, todos os meses.
O Rio Magu está na UTI e como ainda não morreu tem jeito, desde que o eleitor araiosense entenda que é preciso mudar a forma de eleger seus governantes no poder executivo e seus representantes no Poder Legislativo Araiosense. Entender que voto não é mercadoria para ser vendida e sim uma arma a serviço da liberdade, do progresso e do fim da opressão.
Sinal da presença humana 1: poluição
Daby Santos
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