Professor disse que aluno tentou responder questão usando apenas uma palavra e que sugeriu que ele se esforçasse mais (Foto: Danilo Faustino/Arquivo Pessoal) |
O
aluno Idelson Pereira, que cursa biomedicina na Faculdade Meta (Fameta), entrou
com um processo contra a instituição, alegando que foi prejudicado após receber
uma nota zero na disciplina de toxicologia. O estudante afirma também que o
professor o teria mandado estudar mais.
Ao G1, o
professor Danilo Faustino negou que tenha dado zero ao aluno e disse que
apenas deu uma nova chance para que ele se recuperasse.
Na
segunda-feira (1) saiu a decisão do 2º Juizado Especial Cível da Comarca
de Rio Branco, que julgou o pedido do aluno improcedente e negou a
indenização ao estudante, que deve recorrer da decisão.
O
aluno reconhece que durante a prova deu uma resposta incompleta, mas afirma que
o professor não considerou nada do que ele respondeu e deu a ele uma nota zero.
Idelson Pereira relata também que o professor havia se ausentado da faculdade
por problemas pessoais e quando retornou passou vários trabalhos para concluir
o período.
O
professor rebate essa informação. Segundo ele, fez uma viagem programada,
avisou à coordenação pedagógica e não 'atropelou' conteúdos em sala.
'Não dei zero', diz professor
O
professor Faustino também nega que tenha dado nota zero ao aluno. Segundo ele,
Pereira recebeu uma nota suficiente para fazer a prova final.
Porém,
o estudante reclamou alegando que a nota estava errada, por isso, Faustino
disse que ele deveria se esforçar mais, que poderia se recuperar no próximo
exame. Mesmo assim, Pereira pediu para que a prova fosse corrigida por um outro
professor, que deu a nota zero.
"Fiz
tudo dentro da minha programação de aulas. Após as apresentações complementei
alguns pontos. Com base nesse conteúdo foi feita a prova. Ele tirou uma nota
abaixo de outros alunos, até porque em uma questão ele tentou responder tudo
com apenas uma palavra. Disse que ele poderia estudar e se esforçar mais,
apenas isso. Pedi para ele esperar, pois, após a entrega das provas, iríamos
ver a questão da nota dele", explica.
Faustino
destaca que o aluno recebeu a oportunidade de refazer a prova, mas não quis.
"Com a nota que dei, ele poderia refazer a prova, mas com o zero ele
estaria automaticamente reprovado. Ele não foi desassistido pela faculdade, não
aceitou fazer o exame, nem quando foi dada uma nova oportunidade aos alunos e
ele foi incluído. Na conciliação, foi proposto que ele fizesse novamente a
prova e ele não quis", enfatiza.
'Outros alunos não foram testemunhar
com medo de represálias', diz aluno
O aluno alega ainda que outros estudantes tiveram o mesmo problema que ele, mas preferiram não se manifestar.
O aluno alega ainda que outros estudantes tiveram o mesmo problema que ele, mas preferiram não se manifestar.
"A
questão de outros alunos estava igual a minha e ele deu nota cinco. Fui
reclamar com ele dentro da sala ainda, o professor disse que eu não sabia de
nada e me mandou estudar. Outros alunos tiveram problema e não foram
testemunhar com medo de represália. Procurei a coordenação pedagógica e
disseram que iam resolver o problema e nada. Procurei a coordenação do curso,
mostrei a prova e nada. Por isso fui para a Justiça", conta o aluno.
Em
sua defesa, o professor disse que não houve nenhuma represália com qualquer um
dos alunos. "Até onde sei, ocorreu que nenhum dos alunos quis testemunhar
a favor, por não estarem de acordo com as atitudes do colega. Ao contrário, no
dia da audiência, dois alunos foram para testemunhar a meu favor", destaca.
Com
a reprovação, Pereira deve pagar R$ 800 para cursar a disciplina novamente.
"Nunca havia tido problemas com esse professor ou qualquer outro. Ele me
deu a chance de fazer uma outra prova e eu não quis, pois não fiquei de
recuperação, ele que me reprovou. Creio que a decisão dele foi pessoal, se ele
fosse profissional isso não teria ocorrido", finalizou.
G1
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